Tema que sempre gera polêmica, a destinação de recursos públicos para patrocinar festas de carnaval e escolas de samba é motivo de controvérsia em todo o Brasil. Embora alguns apoiem, muitos condenam tal prática, defendendo seu cancelamento e a priorização de áreas como saúde, educação e segurança.
Em 2025, as escolas de samba do Rio de Janeiro, por exemplo, receberam R$ 107,66 milhões em dinheiro do governo do estado (R$ 56 milhões) e da prefeitura (R$ 51,66 milhões) - aumento de 16,8% em relação a 2024, quando foram destinados R$ 92,16 milhões. Os investimentos seriam justificados com o retorno para a economia.
De acordo com o levantamento Drive/Pode360, no caso do Rio, segundo a prefeitura, o carnaval deve gerar uma movimentação de R$ 5,5 bilhões na economia local, neste ano. Junto com Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo, a estimativa é que a festa faça girar R$ 27,2 bilhões nesses cinco estados.
Já uma projeção feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o carnaval 2025 deve movimentar, em todo o país, R$ 12 bilhões em faturamento. Mas será que todos os gestores públicos concordam com investimentos em carnaval, mesmo diante da alegação de aumento de receitas?
Prefeitos cancelam carnaval
Em Teresina, capital do Piauí, o prefeito Silvio Mendes (União) cancelou o carnaval e o corso, defendendo a destinação de recursos públicos para áreas essenciais, como saúde. Em 2024, a prefeitura destinou R$ 2 milhões para o corso e blocos de rua - valor alto, mas menor do que os R$ 5 milhões gastos em 2023.
Na cidade de Picos, interior do estado, o prefeito Pablo Santos (MDB) cancelou os eventos carnavalescos e o Zé Pereira, mas por uma razão excepcional: a cidade sofreu, recentemente, uma catástrofe com os alagamentos ocorridos durante período chuvoso. O estado de calamidade pública foi decretado pelo município.
Outros municípios do Piauí também cancelaram a destinação de dinheiro públicos para as festas de carnaval, entre eles Socorro do Piauí, Bom Princípio do Piauí, Brasileira e São João do Piauí. Os gestores alegam os cancelamentos devido às quedas nas receitas municipais, defendendo a necessidade de contenção de gastos.